30 de nov. de 2010

Agressividade

Fatores que influenciam a agressão 
A agressão representa uma expressão normal de comunicação, que pode ser vocal e postural. É descrita geralmente como um problema devido ao medo e às lesões que pode provocar no indivíduo.
Quando um cão ou gato manifestam comportamento de agressividade sinalizam sua condição de insatisfação ou descontentamento por meio de uma série de sinais e, tal agressão se consuma, na maioria das vezes, pela falta de percepção ou incorreta interpretação desses sinais.
As manifestações agressivas de um cão podem ter como alvo pessoas adultas ou crianças, pessoas conhecidas ou desconhecidas, o próprio dono ou outros animais.
Os cães podem atacar, quando se sentem ameaçados e não têm como se defender.
De maneira geral, o comportamento agressivo tem início na infância do cão em função de não lhe terem sido impostos limites, sendo-lhe dada a oportunidade de se reconhecer como líder e assim se comportar com os outros seres. Mudar esse comportamento no animal adulto (com mais de 1 ano) é mais difícil, mas pode ter bons resultados se orientado corretamente por pessoa capacitada no assunto.
Influenciam também a agressão fatores hereditários e hormonais. Mães e/ou pais agressivos podem gerar ninhadas com maior probabilidade de agressividade. Ao adquirir um filhote é importante procurar conhecer, sempre que possível, o comportamento dos pais. Já a influência hormonal é caracterizada pela presença do hormônio masculino, testosterona. Portanto, os machos não esterilizados (castrados) tem maior tendência agressiva do que os esterilizados. A falta de um ambiente ideal que imponha aos filhotes os seus limites e lhes proporcione contato com pessoas e animais diferentes, também é causa importante dos desvios de comportamento agressivos.
As condições de vida do animal podem contribuir nas manifestações de agressividade. Assim ocorre, por exemplo, com animais que recebem castigo excessivo, dono agressivo, “mimo demais”, isolamento do convívio humano, alojamentos inadequados, ou seja, espaços muito pequenos ou presos constantemente em corrente curta.
Várias pesquisas revelam que a agressividade pode ser conseqüência de determinações genéticas ou hereditárias, mas são os donos, na maioria das vezes, os responsáveis pelos desvios de comportamento de seus cães e que a educação para a posse responsável, a educação para o estabelecimento dos limites do animal, bem como, adequada socialização, são aspectos fundamentais para prevenção do surgimento da agressividade.
A convivência entre homens e animais domésticos deve ser harmônica e prazerosa, a agressão e maus tratos traduzem a quebra da harmonia dessa relação.

Classificando a agressividade canina de acordo com a origem 
Observa-se que a frequência maior de acidentes ocorre porque as pessoas não percebem que estão, de alguma maneira, tendo atitudes provocativas e os animais respondem a essa “provocação” com agressão.
A agressividade canina pode ser dividida pela característica e comportamento que o animal expressa, assim a agressividade pode ser:
Por dominância: É o tipo de agressividade mais comum e manifesta-se quando o cão sente que sua posição hierárquica está ameaçada por um membro do grupo (matilha). O cão mais dominante do grupo é chamado “alfa” e conquista o direito de ter sempre a primeira escolha, seja na hora de comer e acasalar, escolher abrigo ou ter atenção. Desde os primeiros meses, o filhote de cão testa seus limites e vai percebendo a quem deve se submeter e a quem pode se impor, dentro do grupo. Os principais fatores que determinam essa hierarquia incluem peso, sexo, temperamento, tamanho e experiências prévias. Quando os cães convivem com pessoas, eles vêem os seres humanos como membros do conjunto, da matilha. Ao encarar a família como seu grupo social, o cão busca uma posição dentro dessa estrutura e não encontrando limites assume a posição de líder, “alfa”. Essa distribuição de posições não se mantém estática e o cão continua testando seus limites. Os sinais sutis da dominância, expressões faciais, posturas corporais, emissões de sons, podem passar desapercebidos pela família até o momento em que o animal morde, revelando que se vê como dominante, como tendo a posição “alfa”, de líder na relação. O proprietário não entendendo a progressão do comportamento agressivo, culpa o cão por “morder”, aparentemente sem razão. O cão dominante pode ameaçar, tem atitudes como agarrar, rosnar, olhar fixamente, mostrar e ranger os dentes, dar patadas e até morder o próprio dono. Desde filhote, o cão se posiciona em relação aos outros membros do grupo. Pode ocorrer também a denominada posição “beta”, ou seja, o cão respeita apenas um indivíduo do grupo familiar a quem ele considera como seu dono, seu líder, e aos demais tenta se impor demonstrando agressividade por considerá-los submissos.
Por posse: Ocorre a agressão quando qualquer indivíduo, pertencente ou não ao grupo, se aproxima dos objetos preferidos do cão, por exemplo, brinquedos de que ele goste. Pode também se manifestar com qualquer objeto que ele tenha achado ao explorar seu ambiente.
Por medo: O cão amedrontado pode se sentir ameaçado ou acuado, seja por temer uma situação nova ou porque a pessoa ou a situação remete a um episódio anterior que lhe foi desagradável.
Por influência hormonal: Nos machos, os hormônios masculinos estimulam a competição e contribuem para desencadear a agressividade por dominância. Fêmeas no cio também podem brigar entre si.
Por territorialidade: Manifesta-se contra pessoas ou animais desconhecidos que se aproximam do seu espaço. A definição deste espaço muitas vezes é maior do que aquele que entendemos como o do cão. Pode ser o canil, quintal, casa ou quarteirão.
Por instinto predatório: O instinto de caçador, presente em todos os cães, se manifesta no hábito de perseguir e abater a presa. Esse tipo de agressividade apresenta-se mais freqüentemente contra outros animais. Os alvos mais comuns são, carros, motos, bicicletas em movimento, eventualmente crianças ou pessoas correndo. O cão entende esses alvos móveis como caça.
Por instinto maternal: A fêmea, prenhe ou com sua ninhada, encara a aproximação de pessoas ou outros animais como ameaça à prole e pode reagir com agressividade para a proteger.
Em brincadeiras: Ocorre numa situação em que o cão machuca uma pessoa ou outro animal de forma não intencional, acreditando ser uma brincadeira.
Como o proprietário não entende a causa do comportamento agressivo e muito menos se vê como culpado por este comportamento, acaba com freqüência abandonando o animal.

Importância da educação para evitar a agressão
A informação e educação das pessoas, proprietárias ou não de animais de estimação, são fundamentais para a boa convivência com cães e gatos.
Neste tópico é preciso analisar sob a ótica do ser humano e do animal e vale lembrar que comportamentos agressivos fazem parte da conduta social dos caninos e que tal agressividade depende de fatores genéticos, hereditários, das características do animal e da maneira como foi socializado e educado.
O processo de integração do animal no sistema familiar deve ser conduzido pelos proprietários com conhecimento das características relativas às suas necessidades e às suas possibilidades. Este processo deve ocorrer o quanto antes, desde a chegada do filhote ou mesmo do animal adulto e deve objetivar:
Hierarquização: o cão identifica a família como sua matilha dentro da qual existe toda uma hierarquia a ser seguida. Toda a família, independente da idade dos seus integrantes, deve estar hierarquicamente acima do animal, isto é, o animal não deve ter domínio sobre nenhum dos membros.
Socialização: entende-se por socialização do animal, o processo de integração no grupo, seja num grupo com outros animais, num grupo humano ou nas diversas situações que o meio possa apresentar. As relações que são estabelecidas durante esse período são normalmente mantidas durante a vida adulta do animal. Nos cães e gatos a socialização inicia-se com 3 semanas de idade, quando os filhotes ainda estão com a mãe e os irmãos. É importante que os filhotes permaneçam com a mãe e os irmãos pelo menos até 45 dias e só então, ir para a nova família. A convivência do filhote com a sua mãe e irmãos é de suma importância visto que durante o brincar, os filhotes aprendem a controlar a mordida, posicionar-se socialmente como dominante/submisso e interagir com os demais membros do grupo social. A socialização deve ocorrer até 3 meses de idade. Nesta fase, o animal já deve ter sido apresentado às pessoas, a diferentes animais, a outras espécies de animais e a situações diversas como tomar banho, andar de carro, escovação, manipulação do seu alimento e de seu corpo, principalmente orelhas e boca. Desde os primeiros dias de integração do animal com a família, o proprietário deve estabelecer os limites do animal dentro do grupo, determinando, dessa forma, a hierarquia dentro da família onde o animal hoje é parte integrante. O comportamento lúdico por meio da brincadeira facilita a interação social, estimula o comportamento em grupo, molda o comportamento do adulto, firma precocemente fortes relações sociais de dominância, desenvolve a destreza física e mental e melhora a coordenação do animal, seja cão ou gato. A brincadeira é parte essencial do processo de socialização. Há, porém, inúmeras brincadeiras entre humanos e animais que não são recomendadas, principalmente aquelas consideradas agressivas ou que estimulam a agressividade.
Autocontrole: controle de mordeduras, reações e necessidades fisiológicas.
Educação básica: a educação básica é importante para o estabelecimento de uma convivência harmônica no lar. Para o cão entender o que se deseja dele é preciso que o comando seja claro: “Não” significa sempre “Não” e o “Bom” e ”Certo” deve ser sempre recompensado com afeto ou reforço positivo como biscoitos ou brinquedos adequados à espécie. A educação inclui o ensino de comandos básicos como:
• Atender ao chamado, sentar, permanecer, deitar;
• Andar com coleira e guia e, durante o passeio, andar ao lado do dono;
• Habituar o animal a ser manipulado (ser tocado para limpar a boca, orelhas, cortar unhas, escovar, tomar banho);
• Esperar sua vez para comer e habituá-lo com a manipulação de sua comida;
• Não permitir que pule nas pessoas.

Como controlar o comportamento agressivo
Os cães podem apresentar comportamento de agressividade por vários motivos, mas a educação e a socialização corretas podem controlar tal comportamento por posicionamentos adequados dos proprietários.
Por dominância: Na agressividade por dominância, é preciso restabelecer a correta hierarquia e colocá-lo na sua devida posição. Estabelecida a hierarquia, o indivíduo deverá agir segundo sua posição.
Por posse: Na agressividade por posse, é importante repreender o cão desde a primeira manifestação desse comportamento. O dono deve dar o comando “largue”, “deixe”, com voz forte e firme, para que o cão solte objetos que lhe inspirem pouco ou nenhum interesse. Tão logo o animal solte o objeto deve ser recompensado com reforço positivo, como ganhar uma guloseima ou um afago.
Por medo: No caso do comportamento agressivo por medo, a socialização e educação básica aplicada pelo dono desde filhote, são imprescindíveis para evitar insegurança. É preciso submeter o animal a outros animais, pessoas e lugares, tornando estas experiências, situações agradáveis, permitindo que se desenvolva a segurança do animal. Para prevenir e evitar esse comportamento vale identificar a causa do medo.
Por territorialidade: A manifestação da agressividade por territorialidade é bastante comum e a prevenção também ocorre pela socialização do cão desde filhote.
Por instinto predatório: O instinto predatório é responsável pela possível agressividade e deve-se habituar o animal principalmente até 3 meses com crianças e outros animais. É necessária especial atenção com a chegada de um novo membro da família, como um bebê, por exemplo. O bebê é um novo membro da “matilha” e é necessário um período de tempo para que todos os seus membros antigos o reconheçam e o aceitem. O animal deve ter a oportunidade de cheirar roupas e outros objetos do recém-nascido. Quando o bebê chegar em casa, a mãe deve acariciar o cão ou o gato, enquanto outra pessoa segura o bebê. Após o controle da situação, o cão ou gato pode cheirar o bebê sem encostar. Os pais devem estar sempre atentos, avaliando o comportamento do animal em relação ao bebê. Depois da curiosidade inicial do animal, ele se acostumará à nova situação, mas NUNCA, o bebê ou qualquer criança deve ser deixada sozinha com um animal. Uma dica importante é: elogiar e agradar o animal quando o bebê estiver junto e não repreendê-lo ou retirá-lo do local. Deve-se evitar ao máximo as mudanças na rotina do animal com a chegada do bebê, principalmente no que diz respeito às restrições do contato com a família.
Na brincadeira: A agressividade na brincadeira deve ser evitada e nunca incentivada. As brincadeiras são muito importantes principalmente para os cães. É brincando com a sua mãe e seus irmãos que ele aprende a potência da mordedura e a modelar a intensidade da mesma para não machucar. Durante a brincadeira também aprendem as primeiras lições sobre dominância, os animais são testados constantemente e os menos dominantes são geralmente colocados de barriga para cima. Ao brincar com um cão e “perder” para ele na brincadeira, ou deixá-lo “vencer” fará com que ele entenda ser o dominante, ele é o líder! Essas brincadeiras como cabo de guerra, por exemplo, não devem nunca ser feitas, assim como outras que incitam a sua agressividade, chacoalhar a cabeça dele imobilizá-lo erradamente, fazê-lo sentir algum desconforto físico ou mental, etc... Também durante as brincadeiras o animal deve ser repreendido caso morda de maneira forte. Deve-se evitar desde o início que ele morda os pés ou as mãos das pessoas. E lembre-se que eles adoram brincar e necessitam se distrair! Dê opções de brinquedos apropriados para ele roer, passar o tempo e se divertir. E, quando brincar com as pessoas, que sejam brincadeiras educativas para ambos – animais e crianças.
Agressividade devido a instinto maternal: O instinto maternal pode desencadear agressividade para proteção da prole. Para evitar esse tipo de agressão deve-se acostumar a gata e a cachorra a serem manuseadas desde o início da gestação, com cuidado. Após o contato recompense-a com reforço positivo como carinhos, guloseimas próprias para os animais. Depois do nascimento a aproximação deve ser cuidadosa, sempre na presença de um adulto. Recomenda-se, também que durante a gestação a barriga do animal seja acariciada. Dessa maneira, os filhotes podem ser mais tranqüilos.
Por influência hormonal: Os cães machos não esterilizados são responsáveis por duas vezes mais agressões do que os esterilizados. Já entre as fêmeas, a agressão pode estar relacionada ao cio e também, neste caso, a esterilização é eficaz. Ocorre uma mudança hormonal tanto no cio quanto na gestação, condição que pode alterar o comportamento do animal. A supressão hormonal proporcionada pela cirurgia pode agir na mudança do temperamento animal, deixando-o menos agressivo, uma vez que a cirurgia, as alterações hormonais não mais ocorrerão.

Como evitar as situações ou o risco de agressão
Existem algumas regras básicas para se evitar a agressão de um cão ou de um gato e atenção especial ao comportamento do animal. Esses animais podem interpretar algumas atitudes como provocativas. É preciso cuidado e evitar:
1. Mexer com cães soltos na rua ou presos atrás de grades, portões, muros. Faz parte do instinto do animal a guarda do território onde ele está, seja dentro de casa ou solto na rua. Portanto, NUNCA mexa nesses animais!
2. Chegar perto de cães presos na guia: os cães presos na guia estão também guardando alguma coisa, seja o território ou o seu dono! Portanto, NUNCA mexa nesses animais!
3. Incitá-lo contra outros animais, provocá-lo ou puxar-lhe o rabo, orelhas, chacoalhar a cabeça, imobilizá-lo ou fazer brincadeiras violentas. Você gostaria que fizessem isso com você? Os animais também não! Só que a forma que eles têm para demonstrar que não estão gostando é a mordida!
4. Olhar direta e fixamente nos olhos de um cão. Como o cão tem o lobo como seu ancestral, ele acha que é provocação olhá-lo diretamente nos olhos. Portanto: NUNCA olhe diretamente nos olhos do animal.
5. Correr ou gritar quando um cão chegar perto. Permanecer imóvel como um poste, sem olhar nos seus olhos é a melhor solução. Se você gritar ou sair correndo, o animal pode reconhecê-lo como “presa” e, aí sim, ele vai correr atrás e morder. Fique parado! Pense que você é um poste!
6. Fazer movimentos bruscos perto dos animais. Sempre que se aproximar de forma lenta e em silêncio os animais podem se assustar com movimentos bruscos ou barulhos. NUNCA, portanto, faça movimentos bruscos ou barulho próximo aos animais.
7. Gritar próximo aos animais ou expô-los a barulhos de rojões e bombas. Os animais escutam muito mais do que as pessoas. Um barulhinho para nós pode representar um grande estrondo para eles! Portanto, silêncio!
8. Tocar ou acordar bruscamente um cão ou gato que esteja dormindo. Assim como você, os animais não gostam de ser acordados bruscamente, podendo se assustar e agredir.
9. Tocar, passar perto ou brincar com cão que esteja se alimentando. Instintivamente, os animais guardam (e bem guardado!) o seu alimento e ODEIAM pensar que alguém pode tirá-lo ou se sentir ameaçados de perderem o alimento. Portanto, FIQUE DISTANTE.
10. Mexer em seus pertences (brinquedos, ossos, biscoitos, etc...), FIQUE DISTANTE, pois eles guardam seus pertences instintivamente.
11. Evite também, mexer com fêmeas com filhotes: FIQUE DISTANTE, pois a guarda e proteção dos filhotes são instintivas. 
12. Sempre pedir permissão ao dono para tocar no animal, seja na rua ou na casa, mesmo que o animal seja conhecido.
13. Só entrar em locais com certeza da presença de cães devidamente contidos, mesmo que conhecidos; nunca entrar em terrenos, quintais ou casas sem permissão do proprietário ou de um adulto. Lembre-se: para o cão, a guarda do território onde estão, é instintivo e independe da situação!
OBS: Animais que foram socializados devidamente e acostumados a permitir mexer em seus alimentos e pertences, provavelmente, não se apresentarão agressivos com a aproximação de um membro da “matilha”, mesmo em situações da presença de seus filhotes, não acontecendo o mesmo em relação a estranhos à “matilha”.

Considerações
O lobo é o provável antepassado do cão domesticado, isto significa que “dentro de todo cão, existe um lobo”. A convivência com esse animal deve respeitar alguns comportamentos e também estabelecer regras para uma convivência pacífica e harmoniosa.
O comportamento dos cães e gatos demonstra que a agressividade faz parte de sua conduta social e cabe ao proprietário impor limites às demonstrações de dominância e agressividade através de regras básicas para a socialização e educação. Essas regras, quando seguidas, ajudam a diminuir a agressividade.
A responsabilidade pelas condições adequadas de alojamento, alimentação, saúde, higiene e bem-estar dos animais são de responsabilidade de seus proprietários. Os cães e gatos são animais de estimação e dependem do ser humano para sua sobrevivência. O dono responsável deve manter seus animais em condições adequadas de saúde e contenção, de tal forma que não sejam causadores de qualquer tipo de risco ou constrangimento a todos de seu convívio e à sociedade.

“A não violência leva-nos aos mais altos conceitos de ética, objetivo de toda evolução. Até pararmos de prejudicar todos os outros seres do planeta, nós continuaremos selvagens". (Thomas Edison)




Meus comentários
Acredito que esta postagem valeu pelo atraso, espero! Localizei este manual no site da USP e achei o material muito bem elaborado e útil.
Tudo que vejo sobre agressividade me atrai pelo comportamento que o Theo demonstra em determinados momentos. Não sou consultora comportamental, mas pelo meu convívio com ele dou o diagnóstico de agressividade por posse. Qualquer objeto (ossinho, brinquedo,  pregador de roupa, pedaços de pano, qualquer coisa ao alcance de sua boca!) torna-o possessivo no primeiro contato, com corajosos rosnados e tímidas mordidas na minha mão, atitudes que considero intoleráveis, afinal eu o conheço e sei que sua dentada será leve para mim, mas provavelmente não o será para uma criança. Trabalhei e continuo trabalhando, conforme orienta o manual para evitar a agressão:  hierarquização, socialização, autocontrole e educação básica com reforço positivo. Entretanto, o treino deve ser  feito  dia a dia. Se o futuro proprietário não mantiver este treino, quase tudo terá sido em vão.
Como diz no texto, é fundamental o proprietário entender a causa do comportamento agressivo para evitar o abandono do animal. Infelizmente, tenho lido atualmente: animais adotados e devolvidos por comportamento "x" ou "y", na ótica do "dono". Isso ocorre porque, provavelmente, este "dono", no calor da emoção, adotou um animal sem pensar nas suas responsabilidades e um vacilo poderá "esfriar" a relação entre eles. Seja um objeto que foi estragado, um pé de mesa roído, xixis fora do lugar, choros e latidos excessivos ou qualquer outra situação.
Por isso, acho importante divulgar um comportamento como este que o Theo tem, apesar de estar sendo trabalhado, porque faz parte do que chamamos de posse responsável. Não vou enchê-lo de qualidades e esconder o que tem a melhorar para ser aceito na sociedade.
Achei a definição da WSPA (World Society for the Protetion of Animal) sobre “posse responsável de animais de estimação” muito perfeita, copiei do manual também:
“A condição na qual o guardião de um animal de companhia aceita e se compromete a assumir uma série de deveres centrados no atendimento das necessidades físicas, psicológicas e ambientais de seu animal, assim como prevenir os riscos; potencial de agressão, transmissão de doenças ou danos a terceiros, que seu animal possa causar à comunidade ou ao ambiente, como interpretado pela legislação vigente”.
Então, se você tem um peludo em casa com algum comportamento de agressividade, leia o Manual do Educador na íntegra, identifique sua causa e trabalhe a questão da educação com ele. Muitos podem pensar "falar é fácil" e concordarei. Então lhe pedirei, antes de devolver seu peludo, procure buscar informações, leia sobre o assunto em livros, artigos, internet , busque ajuda de um profissional! Não desista e logo verá uma progressão, como vem mostrando o Theo neste vídeo!



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